Francisco Alves: “As pranchas estavam sempre dentro de casa, assim como os fatos de surf”

O surf sempre fez parte da sua vida – não fosse o pai um exemplo na modalidade –, pelo que as pranchas e os fatos eram já muito comuns em casa. Por esta mesma razão, a paixão pelo surf foi tão natural quanto expectável e continua, ainda hoje, a marcar a vida de Francisco Alves.

O surfista é um dos convidados a integrar a iniciativa de surf mais solidária deste verão: a PRIO Softboard Heroes. O evento acontece a 16 de julho, na Praia da Física, em Santa Cruz, e reúne vários atletas da modalidade com o intuito de apoiar associações portuguesas sem fins lucrativos.

©Get Lost Photo

Vais integrar a iniciativa solidária de surf, a PRIO Softboard Heroes. Podes falar-nos um pouco deste projeto e que importância tem para ti fazer parte do mesmo?

Estou muito feliz por poder participar neste evento solidário, porque acontece num âmbito completamente diferente e, a nível pessoal, faz muito mais sentido para mim estar a competir num evento deste gênero. Espero arrecadar o máximo de pontos possível para a minha equipa para angariarmos, também, a máximo de apoio para as instituições escolhidas. Vamos ter um dia muito divertido, até pelas próprias pranchas que vamos utilizar, uma vez que não têm nada a ver com as habituais pranchas de competição. São pranchas de softboard e, no âmbito do surf, têm um propósito completamente diferente.

O responsável da organização do evento partilhou que a modalidade de surf já alcançou uma dimensão notável em Portugal. Concordas com esta afirmação? Consideras que temos cada vez mais profissionais a sagrar-se na modalidade?

Sem dúvida! Acho que o surf tem vindo a crescer muito ao longo dos últimos anos e sem dúvida que tem sido feito um grande trabalho por parte de várias instituições em Portugal ligadas ao surf e que têm impulsionado a modalidade. Há cada vez mais efetivos e hoje em dia chegamos a qualquer sítio e temos as nossas praias cheias de surfistas, de qualquer idade e sexo. Há cada vez mais mulheres a surfar e isso é muito bom.

©João Almeida

Consideras que há também mais oportunidades para integrar profissionalmente na modalidade de surf, em Portugal?

Sim. As escolas estão cada vez mais preparadas para receberem novos surfistas e formarem a comunidade jovem. Penso que com o desenvolvimento deste desporto há também mais informação e, com isso, há a possibilidade de termos mais talentos e bons surfistas em Portugal.

Gostaríamos, também, de conhecer um pouco do teu percurso. O surf faz parte da tua vida desde sempre? Quando é que o surf passa a representar um caminho profissional e não apenas um hobby?

O meu pai sempre fez surf e foi várias vezes campeão nacional, então para mim foi algo muito natural. As pranchas estavam sempre dentro de casa, assim como os fatos de surf. Com casa na Costa da Caparica, tinha praia ali ao lado. Mesmo a passagem para a vertente profissional não foi muito premeditada, mas sim natural. Cresci junto ao mar e acabei por fazer carreira nesta modalidade.

©D.R.

O surf tem te levado a viajar pelo mundo. Em que sítio surfaste, até hoje, as melhores ondas ou que lugar não esqueces?

A Indonésia é sem dúvida um sítio de eleição, porque tem as melhores ondas no mundo, apesar de também ter gostado muito do Taiti e da Austrália.

E cá em Portugal, há uma zona de eleição?

Gosto muito de surfar na costa, porque foi onde cresci, e também gosto muito de Espinho.

Num ano em que o surf marca a sua estreia nos Jogos Olímpicos, consideras ser um marco de reconhecimento importante para a modalidade?

Claro que sim. Para os jovens que ambicionam fazer carreira no surf e que pretendem chegar ao World Tour, esta é mais uma porta que se abre. Isso é brilhante até para os mais jovens, terem um Kikas (Frederico Morais), um Vasco Ribeiro e uma Teresa Bonvalot – ou até um Saca (Tiago Pires) – que são excelentes exemplos para seguirem. Esta é a primeira vez para a modalidade de surf nos Jogos Olímpicos e gostaria de aproveitar para deixar aqui o meu apoio aos surfistas portugueses que vão participar (Frederico Morais, Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira) e espero que tenham um ótimo resultado, porque treinaram muito para lá chegar.

Queres deixar um convite aos nossos leitores para acompanharem a PRIO Softboard Heroes, no dia 16 de julho?

Estou muito motivado para passar este dia na praia com vários amigos e surfar umas ondas muito divertidas. Mas, acima de tudo, estou muito entusiasmado para fazer parte deste evento solidário.