Uma das aldeias mais pequenas do país prepara-se para receber a maior competição de motocross da Europa. A 1ª. Etapa do Campeonato Europeu e Nacional de Motocross acontece no dia 30 de maio, em Fernão Joanes, uma pequena aldeia da Guarda.
Numa altura em que os principais eventos desportivos encontram-se suspensos devido à pandemia, de que forma pode este evento ser um motor para o desenvolvimento do interior do país? Quem nos explica é o representante da Associação Cultural e Recreativa de Fernão Joanes, António Bico.
Como é que surge esta iniciativa de organizar o Campeonato Europeu e Nacional de Motocross na aldeia de Fernão Joanes?
Acreditamos que Fernão Joanes merecia mais destaque, dado o seu património cultural, civil e religioso e vimos a organização deste evento desportivo como uma oportunidade para a aldeia no mapa, dando-lhe visibilidade, tanto a nível nacional como europeu. Uma vez que a aldeia tem já uma tradição no que diz respeito a motocross de mais de duas décadas, fez todo o sentido para nós investirmos no Crossódromo das Lajes, para que cumprisse todos os requisitos exigidos pela Federação, conseguindo trazer mais vida para esta aldeia beirã, não só pelos interessados em desporto, como também por todos os admiradores da cultura e natureza única desta região do país.
Em que é que consiste o evento? Que desportistas teremos a participar? Podemos esperar atletas de todo o mundo?
O campeonato de motocross é um evento desportivo que consiste num conjunto de provas de motocross com pilotos europeus e nacionais. Em Portugal realiza-se a primeira etapa de apuração dos principais pilotos que seguirão para as próximas etapas na Eslovénia, na Itália, na França e na Croácia. Quanto aos desportistas a nível nacional, este ano iremos contar com a presença dos pilotos Rodrigo Barros, Duarte Pinto, Bernardo Pinto, Leonardo Gaio e Guilherme Gomes na categoria de EMX65, e, na categoria de EMX85, contaremos com a presença de Tomás Santos, Vasco Salgado, Martim Maria, Guilherme Leandro. Já nas categorias de a nível europeu, podemos adiantar que teremos a presença de mais de 60 pilotos de vários países europeus, nomeadamente de Espanha, França, Itália, Eslovénia, Suíça, entre outros.
Sendo um evento reconhecido internacionalmente a acontecer no interior do país e ainda para mais numa aldeia pouco conhecida, que importância tem este acontecimento (para a região e para o país)?
O simples facto de ser um evento desta dimensão faz com que seja mais fácil cativar a atenção das pessoas, o que ajuda bastante a dinamizar a região, na medida em que atrai muitas pessoas para a região: os participantes, os curiosos pela descoberta da aldeia, mas, principalmente, os fãs da modalidade. É, sem dúvida, algo muito positivo para o setor do turismo e para dinamizar os vários negócios locais da região.
Ainda em fase de recomeço da atividade desportiva e cultural, o evento sofreu alguma adaptação face às condições atuais? De que forma os interessados podem acompanhar esta etapa?
Sim, devido à pandemia, e por questões de segurança, não será possível realizar esta edição na presença de público. No entanto, será possível assistir a todas a provas no canal de Youtube da Federação de Motociclismo de Portugal. Esta situação pandémica obrigou-nos também a uma organização logística diferente e com muito mais burocracias, para que fosse possível organizar o evento com toda a segurança.
O que é que podemos esperar? Estão motivados?
Estamos bastante motivados! O Campeonato Europeu de Motocross é uma das atividades com mais impacto na aldeia e ficamos muito felizes por, nas duas últimas edições, a etapa portuguesa ter sido considerada a que teve melhor organização em todo o campeonato. Numa altura em que muitos dos eventos desportivos são ainda cancelados devido à pandemia, o facto de este ano podermos fazer parte novamente deste marco do motocross deixa-nos muito felizes e ainda com mais vontade de tornar esta edição inesquecível.