Falar sobre perda de peso, estratégias alimentares e também de exercício físico, poderia dar páginas e páginas de leitura. Mas a verdade é que muitas pessoas não conseguem sair destes “ciclos”, em que tanto começam novas dietas, com enormes mudanças, como rapidamente desistem, ficando sempre o sentimento de culpa e frustração.
Em alguns casos, torna-se tão difícil manter uma relação “cordial” com a comida, que resulta mesmo em situações de depressão, baixa autoestima e até de desenvolvimento de perturbações de comportamento alimentar.
Para isso, decidimos então desmistificar algumas crenças que podem colocar em causa o sucesso associado a uma perda de peso saudável e duradoura.
Devemos cortar nos hidratos de carbono para emagrecer?
Para muitas pessoas é quase automático pensar que, para uma perda de peso ser bem-sucedida, têm de eliminar as fontes de hidratos de carbono. Ou que, a partir de uma determinada hora, estão proibidos de consumir, quase como se fossem transformados num verdadeiro “demónio” a partir das quatro horas da tarde. Efetivamente, a perda de peso está associada a um consumo calórico inferior ao que é gasto. Portanto, se quiser mesmo retirar os hidratos de carbono do jantar, e isto implicar um menor consumo energético, esta estratégia pode resultar. Mas, se por outro lado, colocar demasiado azeite na salada e comer um snack antes de deitar, poderá estar a colocar este princípio (redução calórica) em causa e todo o esforço de retirar os hidratos de carbono do seu jantar não lhe trará qualquer benefício.
Comer antes de ir dormir: sim ou não?
Tudo irá depender da hora a que jantou, ou seja, qual o intervalo entre o jantar e o momento em que se deita. Para quem treina, havendo uma natural preocupação com a manutenção da massa muscular, pode até ser importante fazer uma pequena refeição mais rica em proteína mesmo antes de deitar. No entanto, se estamos numa fase de perda de peso, é necessário ajustar todo o dia alimentar para que ainda seja possível incluir esta refeição.
O pão integral engorda menos do que o pão branco?
O pão escuro (quer seja integral, de mistura ou centeio) será, por norma, mais rico em cereais integrais, fibra e vitaminas e terá menos quantidade (ou ausência) de farinhas refinadas. Por isso, terá um índice glicémico mais baixo do que o pão branco, ou seja, contribui para manter níveis de açúcar adequados e ajuda a promover a saciedade. É importante, por isso, verificar o rótulo e perceber a composição do pão. Os primeiros ingredientes a aparecer no mesmo são sempre os que se apresentam em maior quantidade no produto, por isso, deverão constar ingredientes como: farinha de trigo integral ou centeio, por exemplo. No entanto, esteja atento à quantidade. O pão biju “tradicional” tem por norma cerca de 50g. Contudo, existem diversas variedades de pães de centeio ou integrais a pesar 90g, sensivelmente o dobro. Ora, feitas as contas, estará a comer um pão mais saudável, mas o peso corresponde a duas unidades. Conclusão: a qualidade importa, mas a quantidade também!
A cenoura engorda?
Este hortícola tem apenas 19 calorias por cada 100g e, se for cozida, apresenta 17 calorias. Como se pode verificar, ela não ganha calorias apenas pelo processo de confeção. Portanto, não há que ter medo de a incluir em sopas, saladas ou em qualquer prato principal. Os legumes são alimentos de excelência que pode e deve incluir na sua alimentação, especialmente em processo de perda de peso, pois são pouco energéticos, fornecedores de vitaminas, minerais e fibras, com importantes funções reguladoras.
Começar o dia com água com limão em jejum vai mesmo ajudar?
O importante é hidratar! Se gosta de beber água em jejum com limão ou gengibre ou hortelã, sinta-se perfeitamente à vontade. O importante é hidratar ao longo do dia e se resultar melhor ao aromatizar a água, então faça-o. A água não tem calorias, portanto não irá ser um fator que engorda. No entanto, conferir-lhe a responsabilidade de nos emagrecer só porque lhe adicionamos umas gotinhas de limão, é bastante irreal. Portanto, se quer mesmo perder peso, faça as alterações necessárias na sua alimentação, pratique mais exercício físico e não coloque tantas expetativas ou culpas na água.
Artigo escrito por Dra. Juliana Guimarães, nutricionista na clínica ADCA e no blog Onde é que tínhamos a cabeça?.
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